jeudi 7 février 2019

O traje feminino da Nazaré

O traje da mulher nazarena é notável pela sua beleza e harmonia. De trabalho ou de festa, o traje reflecte não só a forte personalidade das nazarenas, mas adapta-se também à sua lida diária – amanho, venda e seca de peixe. É por isso prático, funcional e protector do frio e da maresia, permitindo-lhes movimentos desembaraçados, mas mantendo-as sempre compostas.
 
No traje de trabalho as mulheres usam saia de baixo branca, por cima desta 2 ou 3 saias de flanela colorida caseadas a lã; algibeira; saia de cima de caxemira ou terilene ; avental de “riscado”, de cor escura e com bolsos; casaco ou blusa simples; cachené; xaile traçado e chinelas ou descalças.

É, no entanto, em dias de festa e dias santos que a nazarena mostra toda a sua graciosidade e elegância, bem como a riqueza da família. Usa saia de baixo branca, por cima várias saias de tecido claro debruadas a crochet de várias cores (as famosas 7 saias ), cobrindo-as a saia de cima de escocês, de caxemira ou terilene plissada ou de chita azul com barra de veludo preto; rematando o conjunto, o avental de cetim artisticamente bordado (a cheio, a matiz, a “richelieu” ou ponto de cruz); blusa florida com mangas de renda ou casaco de veludo bordado na gola e nos punhos; cachené (lenço); capa preta; chinelas de verniz; cordão e brincos à rainha ou argolas de ouro. A nazarena mostra, assim, através do traje e com orgulho, a riqueza da família.




O traje nazareno feminino continua a ser usado no dia a dia pelas mulheres de mais idade, sobretudo as mais ligadas ao mar e à venda de peixe. 
O traje de festa é normalmente usado por todas na época do Carnaval (de 3 de Fevereiro – S. Brás – até 3ª feira de Carnaval ), Domingo de Páscoa e também pelos Ranchos Folclóricos da Nazaré.

É importante salientar que o traje nazareno feminino não parou no tempo, nem se tornou uma peça museológica; pelo contrário, tem acompanhado as variações da moda – saias mais curtas ou mais compridas; novos tecidos, cores e padrões. É um traje que renasce cada ano, tornando a nazarena única entre as demais.
O

mercredi 16 janvier 2019

Serra da Estrela

Lagoas da Serra de Estrela.
Lendas da Lagoa Escura e Lagoa Comprida na Serra da Estrela 








Lagoa Escura.
Com este post, pretendo convidar-vos a visitar duas das mais emblemáticas lagoas da Serra da Estrela, a Lagoa Comprida e a Lagoa Escura, conhecer um pouco da sua envolvência e algumas lendas a elas associadas.
Sendo a mais conhecida das lagoas da Serra da Estrela, a Lagoa Comprida é um ponto de passagem obrigatório no acesso à Torre por Seia.

 Trata-se de um antigo glaciar com 1 Km de extensão no qual existe hoje em dia uma barragem, barragem essa cujo ínicio da construção data de 1912.
Lagoa Comprida.
Mais escondida e a sul da Lagoa Comprida, encontra-se a Lagoa Escura, lagoa de água muito fria e cujo nome advém da tonalidade que lhe é conferida pelos contrafortes graníticos.
Várias são as lendas associadas à Serra da Estrela em geral e a estas lagoas em particular. 

Reza, por exemplo, a história local que em tempos idos eram frequentes vários acidentes e afogamentos na Lagoa Escura. Esta história está na origem de uma lenda segundo a qual existiria uma mão gigante que puxava as pessoas para dentro da Lagoa. Posso no entanto garantir que, apesar da água fria, se pode nadar nesta lagoa, devendo, como é natural, manter os habituais cuidados de segurança.
Também associada à Lagoa Escura, existe a Lenda do Mouro Encantado segundo a qual vivia nesta lagoa um mouro que habitava um castelo encantado que era guardado por um gato selvagem. Para quebrar o encantamento era necessário pronunciar quatro palavras mágicas que dariam acesso a inúmeras riquezas.
Associada a ambas as lagoas existe também uma outra antiga lenda, conhecida como a Lenda do Olho Marinho. Reza esta lenda que quando havia uma tempestade no mar o nível de água de ambas as lagoas subia e descia como as marés e que era frequente aparecerem aqui destroços de navios. 

Sabe-se hoje em dia que a variação do nível das águas se devia ao degelo e que os supostos destroços navios eram troços de zimbro, uma planta muito frequente na zona, que eram arrastados como consequência do degelo.
Aliás, mitos e lendas como estes apenas começaram a ser desmistificados com a "Expedição Scientífica à Serra da Estrella" em 1881.

Na encosta entre ambas as lagoas e visíveis ao logo do percurso encontram-se vários filões de quartzo onde nos anos 40 e 50 se fazia a extracção de Volfrâmio e Estanho. Ainda hoje se podem encontrar os vestígios dessa exploração. Ao longo do percurso proposto irá encontrar também pequenos lagos ou charcos de origem glaciar, bastante comuns na Serra da Estrela.